quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

entre o papel
e a caneta
sobram versos
sem palavras
simples
desolados
vazios
monocromáticos

entre mim
e tu
faltam formas
para os conteúdos
infindáveis
que não consigo
carregar
à folha
à matéria

sobram folhas
versos
papéis
canetas

e falta
a nós
o (re)encontro
em letras
daquele beijo
que fez dor
ser poesia
e amor


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

recrudesce
senhora
e me dê a mão
pois vou
embora
agora
nesse
bate
estaca
da
hora
sen(hora)


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estar?

a dúvida
é sobre estar
aqui ou ali
devagar

estar é só
ali devagar
e numa sala
a branca
olhar

ouvir é duvidar
a branca devagar
isso aqui
é estranhar

devagar
aqui é duvidar
a branca
é amar
ou
estranhar?

amar é ouvir
devagar
a branca
estar!

sábado, 23 de novembro de 2013

poetizar
a dor 
é trauma
revivido

é terapia
melancolia
em busca
da alegria
que outrora
havia
e se foi
nas esquinas
dessa via

caminho férreo
tristeza
monotonia
sem ar
com cor
ardor

se havia
melodia
era apenas
estadia

e a essa resta
eternamente
a busca
do líquido
escorrido
no entremãos
dessa distopia
de vida

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O que se quer
e o que não se tem
não se limitam
a serem
o que
ainda
não são

querem ser
pra já
o que puderem
ao que couberem

querem por
à contrapelo
o pensar
e o realizar

o que se quer
ainda
não há
mas
quiça
haverá
de ser
e será


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Se tivesse um cigarro
devorava-o
para acalmar as buzinas
que me assolam
neste entre-páginas

Se tivesse um cigarro
tragava-o
para fazer correr o sangue
preso na cabeça
algemado nesse papel pesado

Se tivesse um cigarro
tudo faria
e seria preso
e nem o papel
nem a buzina
habeas corpus seriam
desta angústia
vazia


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Eu vou fugir
daqui não saio
aqui padeço
em céu
à luz
o som
bom
se vai
me esvai
e eu vou
já fui